#CAPÍTULO 12 – OS DISCOS NA HISTÓRIA DO OLIVIER

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Acabei encontrando duas fotos que ilustram muito bem o que escrevi no post da semana passada, quando dizia que os códigos de vestimentas da juventude da época!

Foto 2

Era o início do uso de tênis no cotidiano, calças jeans e camisa xadrez, além do lenço de seda da índia que não tirávamos por nada do nosso pescoço. Nessa foto sozinho não tenho o lenço, mas o Stephane que esta comigo na segunda foto estava com o acessório indispensável.

Foto 1

Inclusive, o Stephane Proust parece mais jovem que eu, quando de fato tinha dois anos a mais. Essa sensação se deve ao fato da mãe dele, Claude Proust, ser Vietnamita e a mistura de sangue Euro-asiático lhe deu traço mais finos e delicados, o deixando aparentemente mais jovem. Hoje o processo se inverteu e com 57 anos, ele parece muito mais velho e marcado do que eu com 55.

Stef, diminutivo do seu nome como costumávamos chamá-lo, me introduziu de forma definitiva no mundo da música, mas também do cigarro. Fumar era uma maneira de se afirmar, de se dar compostura, era da moda, nos dava a ideia que éramos adultos, fortes. Tudo mundo fumava nessa época, inclusive o meu pai e a minha mãe. Claro que fumávamos a escondida, trancados no quarto e, por incrível que pareça, um território onde nenhum pai aparecia. É verdade também que o “Chateau Blanc” era muito grande, com muitas escadas compridas e íngremes para chegar ate a asa oeste do castelinho, onde toda garotada ficava. Essa construção muito antiga do XIIV século; era muito apropriada para imaginação de adolescentes tentando descobrir a vida nessa casa, há séculos atrás. Dai a falar em fantasma e espíritos era um pulo que fazíamos.

De noite, a gente acendia velas e bastão de essência, e nessa penumbra, ouvíamos o disco 666! Disco bastante raro e que tenho até hoje da banda Grega Afrodite’s Child. A banda foi formada pelo vocalista Demis Roussos e contava com o gênio multi-instrumentalista Vangelis Papathanassiou. Quando gravaram esse álbum, a banda estava muito desgastada, nem se conversavam entre si e, por incrível que parece, durante a gravação, no estúdio, foi só iniciar a tocar para que todas as discordâncias se evaporaram. O tempo de imortalizar neste álbum uma das melhores obras dessa banda. Pouco tempo depois a banda se desfez e o vocalista da banda acabou tendo uma carreira solo de muito sucesso na França, cantando em francês. Perdeu toda graça, apesar de reconhecer que era um grande artista com uma voz muito particular e bonita.

Foto 3

Encontrei a gravação e as letras do álbum inteiro no Youtube. É muito impressionante a força criativa e musical dessa improvável banda de grega. Vale a pena ouvir.

https://www.youtube.com/watch?v=FATe8MpEpO4

#OsDiscosnaHistóriadoOlivier

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